sábado, 26 de dezembro de 2020
Rockstoria 26 George Harrison (Parte 2)
Rockstoria 26 George Harrison (Parte 2)
Na semana passada apresentei aqui a rockstoria do meu amado, idolatrado salve salve George Harrison, o tímido ex-beatle, dono de uma sensibilidade incrível, e hoje, a gente volta em sua rockstoria, ao ano de 1979 lembrando que, no mês de fevereiro desse ano, Harrison esteve no Brasil a convite de seu amigo Emmo (Emerson Fittipaldi), para assistir o Grande Prêmio de F1 em Interlagos.
O ex- Beatle ficou hospedado no Hilton Hotel em São Paulo, onde aproveitou muito bem sua estadia e parecia estar em ótima forma. Mas mesmo assim, nem tudo foram flores e Harrison acabou passando por uma situação, no mínimo constrangedora, quando, em uma de suas saídas do hotel, foi abordado por jornalistas que perguntaram a ele o que estava achando do Brasil e ele teria respondido: "Legal, parece muito com um local que conheci na Índia" .
Os críticos torceram o nariz, pois desconheciam o amor e a veneração que George tinha por aquele país e tamanha veneração que, a seu pedido, parte de suas cinzas foram jogadas lá.
Enfim, sua timidez também o teria assustado quando, ao adentrar no saguão do Hilton deu de cara com membros de um de seus fã-clubes brasileiros que literalmente o agarram, para seu desconforto. E mesmo tendo sido perseguido e amolado o tempo todo por fã-náticos e jornalistas do mundo todo, ele acabou gentilmente dando entrevistas para rádios e revistas, bem como para programas de tv como o “Fantástico”. Ele ainda deu uma histórica para o comentarista Reginaldo Leme e, em meio a isso tudo, fez amizade com o cantor Jerry Adriani.
Ainda neste mesmo ano houve o lançamento do álbum “George Harrison” com as músicas Blow Away, Faster e outras boas faixas.
Nos anos 80, George abriu uma produtora de cinema e acabou sendo lesado por um sócio, o que o fez, em 1996, receber uma indenização milionária. No final da década, como já falamos em uma rockstoria anterior, ele formou a super banda Travelling Wilburys”, com Bob Dylan, Tom Petty, Roy Orbison e Jeff Lyne, com quem lançou 2 álbuns, Traveling Wilburys primeiro e Traveling Wilburys terceiro, confundindo os fãs que procuram até hoje pelo segundo.
Em 1989 ele lançou o ábum “Cloud Nine”, que é a sua cara: tem belíssimas músicas como “That’s what it takes”, “This is love” e “Breath away from heaven”, além de Someplace Else, música que faz com que a gente perca o fôlego de tão belíssima e apaixonante que é.
Já os anos noventa foram bastante conturbados para George. Em 1992, ele, após uma série de shows no Japão com o amigo Eric Clapton, lançou o álbum duplo “Live In Japan” e parou por aí. Depois deste lançamento ele apenas participou do projeto “Anthology”, dos Beatles com Paul e Ringo.
Em 1997 ele descobriu que estava com câncer, passou por uma cirurgia e se recuperou. No ano seguinte ele compareceu a um tribunal representando Paul, Ringo e Yoko para impedir que o disco “Live At Star Club 62”, dos Beatles, fosse registrado com outro nome. Ganhou o processo e participou de shows e concertos.
Na virada do milênio, um tranqüilo e sereno George foi esfaqueado por um fã que o atingiu no pulmão. Ele se recuperou, mas três meses mais tarde, descobriu que estava com câncer no pulmão. Foi operado, mas alguns meses depois o câncer voltou, desta vez localizado no seu cérebro.
Em Outubro, ainda em tratamento quimioterápico, ele fez uma gravação memorável, no show de Jools Holland, na BBC, onde cantou “Horse to the water”, música que havia composto com o filho Dhani. A música, que é uma das minhas preferidas, é super alto-astral, bem ao estilo dele, que fala de sua luta contra a doença, recheada de humor negro. Muitos a consideram uma despedida de George.
Infelizmente, desta vez o câncer estava vencendo o mais místico dos Beatles. Ele sentia dores cada vez piores e nenhum tratamento o aliviava. Nos seus últimos tempos, os amigos Ringo e Paul forma visitá-lo e o encontraram muito debilitado, o que fez com que o “frio e arrogante” Paul se debulhasse em lágrimas. George ainda tentou mais um tratamento e foi para Los Angeles, na casa de seu amigo Gavin de Becker.
O autor da oração mais linda e sublime ao senhor, “My sweet Lord” deixou suas últimas palavras:“Tudo mais pode esperar, todavia a procura de Deus não pode" e "amai-vos uns aos outros"...
George Harrison faleceu em 29 de novembro de 2001. Seu último álbum, “Brainwashed” foi lançado em 2002 e traz belíssimas músicas como a empolgante “Any Road”, “P2 Vatican Blues”, “Pisces Fish”, além da música-título, “Brainwashed”.
Em 2003 foi lançado um álbum e um dvd em homenagem a George: “George in Concert”. O concerto, que teve sua renda revertida para entidades beneficentes, foi organizado por Eric Clapton, contou com todos os amigos de George e o resultado foi um dos melhores shows dessa década.
Ao longo desses anos, o filho Dhani e a viúva Olivia têm mantido viva a memória de George, entre os projetos de filme de Harrison, a produção de Concert for George ganhou um prêmio Grammy em 2005,
Ainda no ano de 2005, mais precisamente em Outubro, foi lançado oficialmente o dvd do histórico “Concert for Bangladesh”, recheado de extras como entrevistas e depoimentos inéditos de George e de seus amigos. O cd do evento foi lançado oficialmente no Brasil em fevereiro do ano seguinte e contém a inédita “Love minus zero”, de Bob Dylan.
Olivia também coproduziu o documentário de Martin Scorsese em 2011 George Harrison: Living on the material world, que ganhou ganhou um Emmy.
Ela também é autora de livros que acompanham esses dois filmes e, em 2017, compilou uma edição revisada da autobiografia de George de 1980, I, Me, Mine.
Infelizmente, George se encontra em outra dimensão, mas seu legado permanece encantando gerações e a gente fica por aqui com a estonteante Someplace Else. Na sequência, vcs ouvem o programa All Rocks, com o Kalau. Semana que vem tem mais Rockstoria aqui na Rádio Bons Tempos de Itapira. Até lá!
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